terça-feira, 31 de março de 2009

Reflexões sobre a Via Crucis (VIII)

Entre a multidão que contempla a passagem do Senhor, há algumas mulheres que não podem conter a sua compaixão e rompem em lágrimas. Mas o Senhor quer dirigir esse pranto para um motivo mais sobrenatural, e as convida a chorar pelos pecados, que são a causa da Paixão e que hão de atrair o rigor da justiça divina:

Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, mas chorai por vós e pelos vossos filhos... Porque, se assim se trata o lenho verde, que se fará com o seco? (Lc 23, 28-31).

Os teus pecados, os meus, os de todos os homens, põem-se em pé. Todo o mal que fizemos e o bem que deixamos de fazer... O panorama desolador dos delitos e infâmias sem conta, que teríamos cometido se Ele, Jesus, não nos tivesse confortado com a luz do seu olhar...

Jesus responde com um convite ao arrependimento, agora, enquanto a alma está a caminho e ainda há tempo. É preciso unir, é preciso compreender, é preciso desculpar. A Cruz de Cristo é calar-se, perdoar e rezar por uns e por outros, para que todos alcancem a paz.

O Mestre passa, uma vez e outra vez, muito perto de nós. Olha-nos... E se O olhar, se O escutar, se não O repelir, Ele te ensinará o modo de dar sentido sobrenatural a todas as tuas ações... E então também você semeará, onde quer que esteja, consolo, paz e alegria.

Por muito que amemos, nunca amaremos bastante. O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme. Quando ama, alarga-se de tal forma cheio de carinho que ultrapassa todas as barreiras. Se amamos o Senhor, não haverá criatura que não encontre lugar em nosso coração...

Adaptado do livro "Via Crucis", São Josemaría Escrivá.

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