quinta-feira, 27 de agosto de 2009

rebelião


Dizia Karl Marx que "a religião é (...) a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. [...] a religião é o ópio do povo". Fico pensando em onde - se não estiver em Deus - está a lucidez do homem, do homem que vive longe da prática cristã... Para mim, Marx se equivoca, pois o homem atual já vive um distanciamento de Deus (e da religião) e mesmo assim, ainda continua perdido. Nunca se constatou tanta depressão, tanta violência contra o ser humano, tanta falta de amor como a que se vive hoje. É só ligar a televisão... Vivemos num mundo esquisito... onde o certo se tornou ultrapassado e o errado se tornou normal... Onde é corriqueiro mentir, onde é natural ser corrupto, onde a murmuração, a desobediêcia, a ganância, a inveja já - infelizmente - fazem parte do ambiente. Diante dessa lista - que não para por aí - é imprescindível viver, com sentido sobrenatural, a humildade, a confiança, o abandono e, sobretudo, o Amor. Teresa de Lisieux, já há muito tempo, compreendeu essa necessidade...

A religião é a maior rebelião do homem que não tolera viver como um animal, que não se conforma - não sossega - se não conhece o Criador, se não procura a sua intimidade. Eu vos quero rebeldes, livres de todos os laços, porque vos quero - Cristo nos quer - filhos de Deus. Escravidão ou filiação divina: eis o dilema da nossa vida. Ou filhos de Deus ou escravos da soberba, da sensualidade, desse egoísmo angustiante em que tantas vidas parecem debater-se.

O Amor de Deus marca o caminho da verdade, da justiça e do bem. Quando nos decidimos a responder ao Senhor: "a minha liberdade é para Ti", ficamos livres de todas as cadeias que nos haviam atado a coisas sem importância, a preocupações ridículas, a ambições mesquinhas. E a liberdade - tesouro incalculável, pérola maravilhosa que seria triste lançar aos animais - emprega-se inteira em aprender a fazer o bem...

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