segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A fugacidade do tempo...


Vivi no último sábado a graça de renovar meu compromisso com o caminho de espiritualidade deixado por Santa Teresinha e com a Fraternidade Pequena Via. O tempo que antecede e sucede a celebração dos vínculos é muito fecundo. Faz-me rever atitudes, redescobrir motivações, recorda-me o caminho que busco seguir. Nos últimos dias, sobretudo, minhas reflexões têm-se voltado para o tempo, deste tempo que como areia escorre das nossas mãos... De fato, volta e meia esse tema torna-se reincidente em meus pensamentos. E é bom que seja assim... para que eu não esqueça do ontem, tenha esperança no amanhã e, sobretudo, viva o hoje. 

Não quero deter-me a pensar, com nostalgia, na brevidade do tempo. Para nós, cristãos, a fugacidade do caminhar terreno deveria incitar-nos a aproveitar melhor o tempo; nunca a temer Nosso Senhor, e muito menos a olhar a morte como um final desastroso. Um dia que termina, com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, entendo a exclamação de Paulo em sua primeira carta à comunidade de Corinto (I Cor 7,29): “o tempo é breve”... Ahhh, como é breve a duração da nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam-lhe no mais íntimo do coração como uma censura pela sua falta de generosidade e como um convite constante para que seja leal. Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar...


"Minha vida é só um instante, uma hora que passa. Minha vida é um só dia que se esquiva e foge, bem o sabeis, meu Deus! Para vos amar na terra só tenho hoje".
Santa Teresinha                          


Precisamos aprender muito com Teresa. Não nos deve sobrar tempo que não envolva a prática do amor; nem mesmo um segundo. E não é exagero dizer isto. Existe muito trabalho a fazer... Se nos sobra tempo, é bom que reconsideremos um pouco: é muito possível que estejamos mergulhados na tibieza, ou que sejamos, sobrenaturalmente, paralíticos. Se não nos movimentamos, se permanecemos estáticos, fazendo sempre o mínimo – ou nem isso – tornamo-nos estéreis, não produzimos fruto; seremos como a figueira que só serve para ser lançada ao fogo.

Todo o espaço de nossa existência é pouco para dilatarmos as fronteiras da vivência do amor. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 23, 35). É assim que devemos ser reconhecidos, porque o amor é o ponto de arranque de qualquer atividade cristã, é a força que movimenta nossa vida espiritual...

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